MODELO DE HERÓI CRISTÃO
Por que o cristianismo deu origem ao melhor modelo de herói?
O verdadeiro herói cristão não é aquele que age apenas pelo gosto da aventura, é antes, aquele que sente-se impelido a agir para cumprir uma vontade superior.
Qual modelo de herói é mais adequado ao coração do ser humano? Qual modelo de herói corresponde melhor aos desejos do ser humano? Além disso, qual modelo de herói reflete com mais autenticidade a verdade sobre o ser humano?
Para responder a essas perguntas, consideremos apenas dois modelos, o moderno e o medieval, entendendo por medieval aquele que se refere à sociedade cristã.
Comecemos pelo primeiro modelo. O herói moderno age apenas numa perspectiva “horizontal”, ou seja, colocando como único objetivo a realização de um mundo mais justo. Trata-se, portanto, de uma ação que parte de um pressuposto bem preciso, ou seja, que o ser humano precisa apenas realizar as suas aspirações materiais.
Nesta perspectiva, não é de admirar que as ações dessas personagens sejam tudo menos edificantes. Estabelecer como único objetivo o aperfeiçoamento da vida terrena significa subordinar a grandeza individual, tornar cada ser humano útil a um projeto ideológico.
É uma negligência voluntária do coração do ser humano e das suas questões mais profundas. Nessa perspectiva, a própria vida do “herói” torna-se pura alienação. De que adianta, de fato, sacrificar-se por um ideal, se esse mesmo ideal não pode servir ao ser humano e também a si mesmo? Qual é o sentido de se sacrificar, de fazer um apelo a si mesmo, se depois é preciso convencer-se de que se é apenas um animal um pouco mais evoluído, cuja vida se reduziria apenas ao “aqui e agora”?
O modelo do herói cristão, representado na sua plenitude pelo cavaleiro medieval, é, ao contrário, completamente diferente. É um ser humano que luta para ajudar os mais fracos, para eliminar abusos e injustiças, mas sabe que a sua ação não pode se esgotar nisso. Ele sabe que a principal necessidade do ser humano não é apenas responder às perguntas fundamentais, mas encontrar o seu verdadeiro lugar na vida, na realidade e na história.
