14º GRAU DA SCOOIB


À GLÓRIA DE DEUS TODO-PODEROSO


14º GRAU DA SCOOIB

I - Relanceia sobre ti o olhar e guarda-te de julgar as ações alheias. Quem julga os demais perde o trabalho, quase sempre se engana e facilmente peca; mas, examinando-se e julgando-se a si mesmo, trabalha sempre com proveito. De ordinário, julgamos as coisas segundo a inclinação do nosso coração, pois o amor-próprio facilmente nos altera a retidão do juízo. Se Deus fora sempre o único objetivo dos nossos desejos, não nos perturbaria tão facilmente qualquer oposição ao nosso parecer.

II - Muitas vezes existe, dentro ou fora de nós, alguma coisa que nos atrai e em nós influi. Muitos buscam secretamente a si mesmos em suas ações, e não o percebem. Parecem até gozar de boa paz, enquanto as coisas correm à medida de seus desejos; mas, se de outra sorte sucede, logo se inquietam e entristecem. Da discrepância de pareceres e opiniões frequentemente nascem discórdias entre amigos e vizinhos, entre religiosos e pessoas piedosas.

III - É custoso perder um costume inveterado, e ninguém renuncia, de boa mente, a seu modo de ver. Se mais confias em tua razão e talento que na graça de Jesus Cristo, só raras vezes e tarde serás iluminado; pois Deus quer que nos sujeitemos perfeitamente a ele e que nos elevemos acima de toda razão humana, inflamados do seu amor.

REFLEXÕES DO 14º GRAU DA SCOOIB

Não julgueis e não sereis julgados, diz o Salvador de nossas almas; não condeneis e não sereis condenados (Lc 6,37). Não, diz o apóstolo, não julgueis nada antes do tempo, enquanto não vier o Senhor que iluminará o que está escondido no escuro e tornará manifestos os propósitos dos corações (1Cor 4,5). Oh! como são desagradáveis a Deus os julgamentos temerários!

Os julgamentos dos filhos dos homens são temerários porque eles não são juízes uns dos outros, e julgando eles usurpam o ofício de Nosso Senhor; são temerários porque a principal malícia do pecado depende da intenção e conselho do coração que é o segredo das trevas para nós; e são temerários porque cada um já tem bastante a fazer em julgar-se a si mesmo, sem precisar julgar seu próximo. Para não ser julgado, é igualmente necessário não julgar absolutamente os outros e julgar-se a si mesmo; porque como Nosso Senhor defende o não julgar os outros, o Apóstolo ordena o julgar-se a si mesmo: Se nos julgássemos a nós mesmos, não seríamos julgados (1Cor 11,31).

ORAÇÃO DO 14º GRAU DA SCOOIB

Meu Senhor Jesus Cristo, que quisestes, embora inocente, ser condenado ao suplício da cruz por mim, dai-me a força de suportar e de não temer os falsos julgamentos que vêm dos outros, e de não julgar ninguém injustamente. Assim seja!